Empresas veem a garantia ESG como alavanca estratégica, diz pesquisa da KPMG
- O Índice de Maturidade de Garantia ESG 2025 da KPMG mostra que 76% das empresas permanecem em estágios iniciais ou intermediários de maturidade ESG, apesar das crescentes evidências de valor comercial.
- O impulso do mercado é forte: 60% das empresas que adotam a garantia ESG esperam maior participação de mercado, enquanto 54% antecipam maior lucratividade.
- Está surgindo uma lacuna cada vez maior entre líderes com forte engajamento do conselho e adoção digital e iniciantes que ainda estão construindo estruturas básicas de governança.
Pesquisa Global de Líderes Corporativos
O Índice de Maturidade de Garantia ESG de 2025 da KPMG International sugere uma mudança na forma como as empresas encaram os relatórios de sustentabilidade. Antes considerada um exercício de conformidade, a garantia ESG é cada vez mais vista como uma ferramenta para vantagem competitiva, construção de confiança e resiliência a longo prazo.
O Índice se baseia nas respostas de 1,320 executivos seniores e membros de conselhos de diversos setores e regiões, representando empresas com receita média de US$ 16.8 bilhões. Embora o entusiasmo seja evidente, a prontidão geral caiu ligeiramente para 46.9, em relação aos 47.7 do ano passado, ressaltando o impacto da incerteza geopolítica e das mudanças nas prioridades regulatórias.
Dois anos após o início da série de pesquisas, 76% das empresas ainda estão em estágios iniciais ou médios de maturidade, refletindo um progresso lento na incorporação de práticas ESG nas operações principais.
Líderes avançam
A KPMG classifica as empresas em três grupos: Líderes, Avançada e Iniciante. As Líderes – o quartil superior – alcançaram uma pontuação média de 65.2, enquanto as Avançada alcançaram 45.7 e as Iniciantes ficaram atrás, com 30.5.
Líderes são marcados por forte envolvimento do conselho, uso avançado de ferramentas digitais e estratégias ESG integradas. Iniciantes, por outro lado, enfrentam dificuldades com governança e sistemas de dados subdesenvolvidos. Essa lacuna de maturidade está aumentando, com implicações para a competitividade e a confiança dos investidores.
"A garantia ESG não é um destino — é uma jornada que exige coragem, clareza e comprometimento”, disse Scott Flynn, chefe global de auditoria da KPMG International.

Momentum de mercado além dos mandatos
Estruturas regulatórias como a Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD) da UE estão moldando as abordagens corporativas, mas a pesquisa da KPMG indica que o impulso não se deve apenas à conformidade. Quase três quartos das empresas sujeitas aos requisitos da Onda 1 da CSRD afirmaram que seus planos de relatórios de sustentabilidade permanecem inalterados, apesar da ambiguidade regulatória.
Para muitos, a garantia ESG já está gerando retornos tangíveis:
- 60% esperam aumento na participação de mercado ou na base de clientes.
- 54% antecipam maior lucratividade.
- 52% preveem benefícios para a reputação.
- Quase metade espera maior valor para os acionistas e custos reduzidos.
"Os dados confirmam o que acreditamos há muito tempo: a garantia ESG não se trata apenas de conformidade, mas também de criar valor a longo prazo”, dito Mike Shannon, chefe global de garantia ESG da KPMG.

Tecnologia e governança impulsionam o progresso
Entre os líderes, 95% dos conselhos estão identificando ativamente riscos e oportunidades ESG, e 89% estão tomando medidas relacionadas a ESG. A adoção digital disparou nos últimos anos: o uso de plataformas ESG aumentou 30 pontos percentuais, chegando a 50%, os painéis ESG aumentaram 27 pontos percentuais, chegando a 53%, e a IA generativa atingiu 16%, acima de zero há três anos.
No entanto, a integração operacional permanece limitada. Apenas 5% das empresas possuem metas ESG totalmente incorporadas em todas as funções, com monitoramento e incentivos vinculados. Isso expõe uma lacuna entre as estruturas de relatórios e a execução diária.
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"A falta geral de progressos na operacionalização de metas é preocupante,“ disse Neil Morris, chefe global de garantia e metodologia ESG na KPMG International. “As metas de sustentabilidade devem impulsionar mudanças estratégicas, não apenas relatórios.”

Implicações para Conselhos e Investidores
Para os executivos, os resultados da pesquisa destacam oportunidades e riscos. As empresas que incorporam a garantia ESG à governança e à estratégia estão se posicionando para conquistar participação de mercado e a confiança dos investidores. As que ficam para trás correm o risco de exposição regulatória, danos à reputação e oportunidades de crescimento perdidas.
O contexto global acrescenta urgência. Com os mercados de capitais precificando cada vez mais os riscos climáticos e de sustentabilidade, a capacidade de demonstrar dados ESG confiáveis e seguros está rapidamente se tornando um pré-requisito para o acesso a financiamento e a confiança dos investidores.
O significado global
O Índice da KPMG sugere que a garantia ESG está deixando de ser um exercício de relato técnico para se tornar um pilar fundamental da governança corporativa e da competitividade de mercado. Para líderes empresariais globais, a mensagem é clara: as estruturas de garantia devem ser operacionalizadas em todas as cadeias de valor, e não deixadas como artefatos de conformidade.
À medida que a incerteza geopolítica e econômica persiste, as empresas que integram a garantia ESG às salas de diretoria, estratégias de investimento e operações diárias provavelmente sairão mais fortes — não apenas em prontidão regulatória, mas em resiliência de mercado.
Leia a Índice de Maturidade de Garantia ESG KPMG 2025.
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